Artigos e Dicas

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segunda-feira, 28 de maio de 2012

A invasão das bicicletas elétricas


Energia para duas rodas

Modelos movidos a eletricidade vão invadir o mercado





  • Texto: Daniel Accyoli/Greenvana
  • Fotos: Divulgação

           


A China é uma nação famosa por investir em bicicletas como meio de transporte de massa. Além das tradicionais bikes, os modelos movidos a energia elétrica e scooters estão tomando o mercado com toda a força. 

Segundo estimativa da Pike Research, as vendas de bicicletas elétricas alcançarão em 2018 o número de 47 milhões de unidades no continente asiático, sendo 42 milhões só na China. A previsão para veículos elétricos de duas rodas em geral é ainda mais animadora, com a possibilidade de entrada de 45 milhões de unidades no próximo ano e 65 milhões em 2018 em todo o continente.

Os veículos elétricos de duas rodas são mais sustentáveis e econômicos. Os que dependem de combustíveis não-renováveis, como o petróleo, liberam gases que poluem o ar, causam doenças respiratórias e agredirem o meio ambiente.

A bike elétrica está em processo de popularização no Brasil, principalmente nos grandes centros, e pode ser adquirida no Greenstore, do Greenvana.


Fonte: Yahoo Autos

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Como a política mata ciclistas


Nunca andamos tanto de bicicleta - e por isso mesmo nunca houve tão pouco espaço para elas. E para mudar isso só há um caminho: acabar com a miopia urbanística dos governantes

por Denis Russo Burgierman

Cada um de nós tem uma escolha a fazer sobre como chegar ao trabalho todas as manhãs. Podemos ir de carro, a pé, de transporte público, de táxi, de moto, de bicicleta. Há prós e contras para todas as opções. Ônibus é mais barato, mas também não é nenhuma pechincha: em São Paulo, onde a passagem custa R$ 3, um mês de ida e volta de ônibus custa R$ 180 por pessoa, 30% do valor do salário mínimo. E é infernal: implica muito aperto, muito tempo perdido, muito susto com motoristas estressados... (e quem não se desequilibraria passando o dia no trânsito?).

É tão ruim que uma minoria crescente da população opta por ter um carro. A vida com carro não é boa, mas é muito melhor do que dentro do ônibus. Os vidros fumê, o ar condicionado e a música ambiente dão a sensação de que está tudo bem, apesar de Sodoma e Gomorra lá fora. Ter carro é caro: custa mais de R$ 1 mil por mês, se tudo for colocado na conta (impostos, estacionamento, gasolina, depreciação do veículo). E há vários contras para o resto da cidade: essa opção implica poluição, piora do clima, custos para a saúde. Além dos usuários de transporte público e carro, há quem prefira caminhar (a escolha mais barata), outros andam de táxi. E há quem opte pela bicicleta.

Bicicleta só não é mais barato do que caminhar. E, além do custo baixo, ela é boa para quem pedala (evita obesidade, depressão, doença cardíaca, câncer, melhora o sono, o sexo, a disposição) e para a cidade (reduz o trânsito, não emite poluentes, não piora o clima e reduz gastos públicos com saúde). A prefeitura de Copenhague calculou que, a cada quilômetro que uma pessoa anda de carro, a cidade gasta R$ 0,30. A cada quilômetro pedalado por uma bicicleta, a cidade ganha R$ 0,70 (com o incremento do turismo, por exemplo). Ou seja, abrir espaço para bicicletas é bom para todo mundo.

A boa notícia é que nunca se pedalou tanto. Só na cidade de São Paulo o número dos deslocamentos debicicleta subiu de 47 mil por dia em 1987 para 147 mil em 2007 (data das estatísticas mais recentes). Isso é quase o dobro dos deslocamentos de táxi (78 mil). Em países bem administrados, os cidadãos são estimulados a escolher aquilo que é melhor para todos. Na Bélgica, por exemplo, ciclistas pagam menos impostos. Já no Brasil, pedestres e ciclistas são punidos com a falta de espaço.

O prefeito é o responsável por construir infraestrutura para a cidade. Ele cobra impostos de todos os habitantes e, com esse dinheiro, tem a obrigação de tornar o espaço público adequado para todo mundo. Nas cidades brasileiras, a maior parte dos investimentos no espaço público é tradicionalmente voltada para quem anda de carro - o dinheiro que a prefeitura toma de todo mundo é gasto com um só grupo.

Por quê? Por inércia. Na nossa cultura política, o que rende voto é obra monumental - basicamente grandes viadutos e avenidas. Não por coincidência, as empreiteiras que fazem essas obras são as grandes financiadoras das eleições. Ou seja, o dinheiro doado na campanha volta multiplicado ao bolso de quem "doou". Esse ciclo vicioso, por si só, não é o responsável pela quase inexistência de infraestrutura para ciclistas no Brasil, mas ajuda. É que as obras viárias matam dois coelhos dos políticos com uma cajadada só: rendem contratos gordos para os financiadores de campanha e votos, muitos votos. Mas essa é uma visão caduca.

Não é de hoje que bom urbanismo ganha eleição - e não é exagero concluir que essa tendência vive um auge histórico. O caso do Bike Rio serve de exemplo. Trata-se de um sistema de aluguel de bicicletas a exemplo do Vélib´, de Paris: você aluga a bicicleta num ponto e devolve em outro. Esperavam que o sistema tivesse 7 mil usuários. Pouco depois da inauguração, em outubro de 2011, eram 45 mil. Moral da história: construa uma boa infraestrutura, e a bicicleta como meio de transporte virá - para o bem de todos.
Olhar com atenção para esse assunto não é só uma questão de urbanismo, inclusive, mas de segurança pública. Em março, a ciclista Juliana Ingrid Dias morreu esmagada por um ônibus na Avenida Paulista, em São Paulo. Ela foi uma entre os 3 ciclistas mortos no Brasil naquela semana. José Carlos Lopes, o motorista do ônibus que a matou, disse que a conhecia, que a via todos os dias, que ela era consciente, cuidadosa, educada, "tinha noção do espaço dela". Mas não havia espaço para ela. E enquanto a visão urbanística dos nossos prefeitos continuar míope, as mortes não vão parar.
Ilustração Alexandre Piovanni


Carbono x Alumínio





Coloco abaixo parte de um email recebido de um cliente que antes de adquirir uma nova bike quer ter certeza de optar pelo melhor equipamento - tanto do ponto de vista técnico como no custo-benefício. A questão proposta por ele é "alumínio ou carbono".

 Ao final, coloco a minha resposta e mais algumas considerações. Embora possam apresentar alguma inconsistência técnica (não sou engenheiro nem especialista em carbono), do ponto de vista de mercado elas refletem a minha opinião, e até que algo muito substancial me convença do contrário, essa opinião não vai mudar.

 "Sobre a questão do quadro de alumínio versus um quadro de fibra de carbono, eu li na Internet que um quadro de alumínio transmite muito melhor as vibrações da pista que um quadro de fibra de carbono, que é melhor para absorvê-las. Ou seja, é mais confortável pedalar no carbono do que no alumínio.

Por outro lado, eu também li que mais vale um bom quadro de alumínio do que um quadro de fibra de carbono "mais ou menos", e que, nesse ponto, o quadro da (bike que ele escolheu, que vamos chamar de X) é de primeira.

Eu gostaria de seus comentários sobre isso que eu disse, em especial sobre o "conforto" ao pedalar na X. Também gostaria que você se colocasse no meu lugar (um atleta master de 50 anos que não deve pedalar mais do que 100 km por vez), e avaliasse se vale a pena comprar uma X ou investir quase o dobro e comprar uma bike com quadro de fibra de carbono"

 Trechos da minha resposta à ele, com alguns adendos:

 "Dizer que o carbono torna uma bicicleta mais confortável é uma afirmação que eu encaro com muita cautela, pelo seguinte:

 - a maior parte do conforto em uma bicicleta vem da dimensão e calibragem dos pneus (Gerard Vroomen, da Cervélo, fala em 80%). Portanto, uma bike de alumínio com pneus 25 e 80 libras provavelmente rodará, nas mesmas condições, mais macio que uma de carbono com pneus 19 e 150 libras; assim, para quem quer conforto com economia faz muito mais sentido comprar uma bicicleta de alumínio e um par de pneus 25 do que investir em outra de carbono. E quem quer muito conforto fica em casa no sofá vendo televisão....; -

embora extremamente resistente à torção, o quadro de carbono apresenta áreas sensíveis a impactos pontuais (centro do top tube e down tube por exemplo), coisa que não acontece com o alumínio. O mesmo impacto que afunda o alumínio pode trincar ou quebrar o carbono, tornando um conserto imperativo (o que que não aconteceria com o amassado no alumínio);

 - o quadro de carbono em geral torna a bike como um todo mais leve, e irá absorver e transmitir as vibrações da pista de maneira diferente do alumínio. Se "diferente" quer dizer mais confortável, depende de cada um. Eu realmente não sei até que ponto as pessoas sentem mais conforto, ou são influenciadas por um efeito placebo.

 - já vi bicicletas de carbono nas quais não teria coragem de dar uma volta na quadra - frágeis demais, moles demais. E o mesmo vale para algumas de alumínio. Portanto, o "ser de carbono ou alumínio" é secundário a "ser bem construído";

Em resumo:

 - uma boa bicicleta de alumínio presta-se muito bem para aqueles que pedalam de maneira recreativa, querem uma opção racional para treinos e provas, buscam uma bike B para treinos de base, ou não se incomodam em carregar algumas gramas a mais morro acima em troca de ter alguns mil reais a mais na caderneta de poupança.

Uma bike de carbono por outro lado é uma excelente opção para ciclistas escaladores, para atletas em busca do "mais leve possível" e mais refinado visualmente, para quem quer um equipamento de maior impacto visual e de melhor valor de revenda; e para quem mesmo sendo racional não tem qualquer restrição financeira que impeça a emoção de tomar as rédeas na hora da compra.

 Em tempo: ao menos um conhecido fabricante de bicicletas de competição irá descontinuar a produção das suas duas únicas bicicletas de alumínio em 2011. Portanto, se isso for uma tendência, é provável que daqui a alguns anos não tenhamos mais que enfrentar esse dilema.

m.

Postado por Max


'Achei que estava ajudando a cidade', diz ciclista parado pela Lei Seca


Ele conta que Detran não explica se bicicleta elétrica requer habilitação. 
Nesta terça, ele tenta retirar do depósito a bicicleta que comprou há 1 mês.


“Sou viciado em bicicleta. Pensei que estivesse ajudando a cidade e o meio ambiente, mas consideram que eu estava cometendo uma infração”, diz entre perplexo e indignado o cinegrafista Marcelo Toscano Bianco, que usa a bicicleta como principal meio de transporte e teve a sua recém-adquirida bicicleta elétrica apreendida numa blitz da Lei Seca na madrugada de sábado (28).
Segundo o Governo do Estado, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro, estava sem capacete, não tinha Carteira Nacional de Habilitação da categoria do veículo e teve a bicicleta apreendida. Foi multado em mais de R$ 1,7 mil e recebeu 21 pontos na carteira. Mas não sabia que teria que ter documentação e habilitação especial para pilotar a bicicleta elétrica. Agora, vai recorrer da multa.
“A população inteira não sabe que é preciso habilitação de motocicleta. Não quero dizer que eu estou certo ou errado. O que acho absurdo é a população não saber disso. O próprio fabricante da bicicleta deixa claro que não precisa de habilitação alguma. Nem no Detran eles se entendem. Uma pessoa com quem falei disse que a bicicleta elétrica não tem placa, tem menos de 49 cilindradas, então, não é considerada ciclomotor. Outra pessoa do Detran já me disse que precisava de habilitação para moto. Ninguém se entende”, explica ele.
Na manhã desta quinta-feira (3), depois de deixar o filho na escola, de bicicleta comum, ele se preparava para tentar liberar do depósito a bicicleta elétrica que comprou de segunda mão ao preço de R$ 1 mil há apenas um mês.
Marcelo Toscano Bianco (Foto: Reprodução/TV Globo)Marcelo diz que pagou R$ 1 mil pela bicicleta elétrica 
(Foto: Reprodução/TV Globo)
“Eu gosto da comum, a gente faz mais exercício, não gasta nada, não polui o ar, mas também adorei a elétrica. Ligo ela na tomada em casa e carrega em dez horas e me disseram que a conta de luz não vem alta porque o consumo é baixo”, disse.
Aos 33 anos, casado, pai de um menino de dois anos e meio, e morador de Copacabana, na Zona Sul do Rio, ele usa a bicicleta diariamente, principalmente, segundo diz, por morar num bairro que facilita seu uso com uma boa rede de ciclovia. Ele até resolveu vender o carro, que usava pouco, e quis experimentar a bicicleta elétrica. Adorou, mas nunca soube que tinha que ter documentação e habilitação.
'Se eu estivesse pedalando a elétrica seria parado?'Marcelo conta que estava trabalhando como cinegrafista num evento na Lagoa e, ao terminar o serviço, por volta das 4h de sábado, vinha pela ciclovia quando na altura da Rua Francisco Otaviano, próximo ao Arpoador, viu a tenda da blitz da Lei Seca ocupando toda a ciclovia, obrigando-o a desviar (“tive que passar entre um carro e o meio-fio”). Foi quando foi parado.
“Eu não estava andando assim, de vagabundo, na rua. Estava trabalhando. Absurdo. A bicicleta elétrica tem a opção do pedal. Se eu estivesse apenas pedalando seria parado? Um policial militar da blitz entendeu a situação e queria liberar, mas o agente da Lei Seca não permitiu. E o que é pior: apreenderam minha carteira modelo A, para motoristas de automóveis. Eu não estava dirigindo automóvel”, contou.
Ele diz que nunca soube de história parecida à sua e lembra que a prefeitura tem feito propaganda para incentivar o uso da bicicleta, por isso, a questão da lei tem que ser esclarecida.
“Já vi uma foto do governador Sérgio Cabral numa bicicleta elétrica. Será que ele tem carteira? Se tiver que ter carteira, tudo bem, mas a população tem que ser esclarecida”, diz Marcelo.

Confira a íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Governo:
"Marcelo Toscano Bianco foi abordado por agentes da Operação Lei Seca, na madrugada de 28 de abril (sábado), durante blitz realizada na rua Francisco Otaviano, em Copacabana. O condutor estava em um ciclo-elétrico, que segundo a Resolução nº 315, Art 1º, se equipara a um ciclomotor (veículo cuja velocidade não ultrapasse 50 km), e por isso, segue a legislação do mesmo. O artigo 129 do Código de Trânsito Brasileiro prevê que os ciclomotores deverão ter o seu registro e licenciamento regulamentados pela legislação municipal do domicílio ou residência de seus proprietários. Entretanto, é necessário que o condutor tenha habilitação compatível com veículo conduzido, além da utilização de equipamento de segurança, independentemente da lacuna que possa existir no processo de registro do ciclomotor. Marcelo Bianco se recusou a fazer o teste do etilômetro, sofrendo as seguintes sanções administrativas: multa de R$957,70 e perda de 7 pontos na carteira. Ele também foi autuado por estar com Carteira Nacional de Habilitação de categoria diferente do veículo conduzido, sofrendo perda de 7 pontos na carteira e multa de R$ 574,62. O condutor estava sem capacete e recebeu multa de R$ 191,54, perda de mais 7 pontos na carteira e pode ter a suspensão do direito de dirigir. O ciclo-elétrico é proibido de trafegar em ciclovia."